e-Digital
Para as produtoras de aço o recuo do “tarifaço”
também foi um alívio, mas a situação do mer-
cado interno penaliza o setor há mais de um
ano, com uma “inundação” do aço importado
da China.
De acordo com Instituto Aço Brasil, no segundo
trimestre deste ano foi registrado um volume
recorde de importação de aço, de 1,2 milhão de
toneladas. Nos primeiros seis meses, as impor-
tações atingiram 2,3 milhões de toneladas, um
aumento de 50% em relação ao mesmo período
de 2024, e representaram 28% do consumo apa-
rente de aço plano no Brasil.
“O Aço Brasil segue acompanhando os desdo-
bramentos do assunto, enquanto mantém a ex-
pectativa de retomada das negociações entre os
governos norte-americano e brasileiro para res-
tabelecimento do acordo em vigor de 2018 ao
primeiro semestre deste ano, que previa cotas
de importação para os produtos de aço brasilei-
ros”, afirmou o Instituto em nota.
Para Loureiro, a indústria do aço já trabalhava
com uma alíquota de 50% e os negócios devem
seguir normalmente. Já o ferro-gusa enfrenta
um cenário mais dependente dos Estados Uni-
dos e a colocação dos produtos em outros mer-
cados é praticamente inviável.
“As produtoras de gusa são, em geral, empresas
menores do que as produtoras de aço, e isso as
coloca em maior risco. Além de enfrentar outros
produtores globais, o ferro-gusa é facilmente
substituível por outros materiais, como a sucata.
Já os exportadores de placas correm menos ris-
cos, também porque empresas como a Arcelor-
Mittal têm a fabricação de placas aqui e a lamina-
ção nos Estados Unidos. Então, mesmo que eles
passem a fabricar lá, ainda terão que importar e
farão isso do Brasil, obviamente”, afirma Loureiro.
“As produtoras de gusa
são, em geral, empresas
menores do que as
produtoras de aço,
e isso as coloca em
maior risco.”
Carlos Loureiro,
presidente-executivo da Inda
CHINA PRESSIONA SIDERÚRGICAS BRASILEIRAS
Divulgação | Inda
SIDERURGIA
MERCADO
Revista Mineração & Sustentabilidade | Julho e Agosto de 2025
44