Revista Mineração | Edição 59

RB – A Vale está atenta e se adaptando ativamente

à nova geopolítica dos recursos naturais impulsio-

nada pela transição energética e pela crescente

demanda por minerais estratégicos. Nossa estra-

tégia está centrada em ampliar a oferta de metais

essenciais para a descarbonização da economia

global, como níquel, cobre e minério de ferro de

alta qualidade, fundamentais para tecnologias de

eletrificação e energias renováveis. Temos ambi-

ção de aumentar substancialmente nossa produ-

ção de cobre nos próximos anos, inclusive recen-

temente lançamos o programa novo Carajás, que

visa acelerar o desenvolvimento de novos proje-

tos naquela importante província mineral.

M&S – Quais os investimentos mais específi-

cos nos minerais estratégicos a Vale tem feito

ou pretende fazer para se inserir, ainda mais,

nesse contexto de alta demanda?

RB – A Vale tem adotado uma estratégia robusta

para ampliar sua atuação em minerais estratégi-

cos. Uma iniciativa importante foi a criação, em

parceria com o BNDES, de um fundo de até R$

1 bilhão voltado para projetos de pesquisa, ex-

ploração e desenvolvimento de ativos minerais

estratégicos no Brasil. A Vale e o BNDES aporta-

rão R$ 250 milhões cada, com o objetivo de atrair

outros investidores e estimular o crescimento da

cadeia produtiva nacional.

Como já comentei, no Pará a Vale anunciou, re-

centemente, investimentos de R$ 70 bilhões até

2030 na região de Carajás (PA), com foco na am-

pliação da produção de minério de ferro e cobre.

Além disso, a empresa está expandindo suas ope-

rações no Canadá, com foco em atender à cres-

cente demanda global por metais críticos. Esses

investimentos estão alinhados ao compromisso

da Vale com uma mineração mais limpa, inova-

dora e resiliente, capaz de contribuir de forma

estratégica para a descarbonização da economia.

M&S – De que forma a Vale tem colaborado

com startups, universidades e centros de ino-

vação para antecipar tendências e acelerar so-

luções para a mineração do futuro?

RB – A Vale tem diversas parcerias neste sentido.

Podemos citar a Vale Ventures, lançada em 2022,

uma iniciativa que já comprometeu US$ 100 mi-

lhões para investimentos em startups especial-

mente focadas em quatro temas relacionados

à mineração sustentável: descarbonização da

cadeia da mineração; mineração circular, com

iniciativas que reduzam os resíduos, minera-

ção sustentável do futuro, com tecnologias que

transformarão a forma como as empresas mine-

radoras operam; e a aceleração da capacidade

em fornecer metais para a transição energética.

Outra iniciativa recente é a parceria firmada com

a UFMG, em abril deste ano, para o desenvolvi-

mento de soluções inovadoras de economia cir-

cular na mineração, também com o objetivo de

promover mais sustentabilidade na produção de

minério de ferro e gerar valor compartilhado e

impacto multissetorial.

M&S – O que esperar da Vale para os próxi-

mos anos no que tange a parte operacional

da empresa?

RB – Nos próximos anos, a Vale está focada em

manter sua estabilidade operacional, crescimen-

to sustentável e valor compartilhado com a socie-

dade, com forte compromisso com a segurança,

eficiência e responsabilidade ambiental. Estamos

implantando novos projetos como expansão do

S11D, Capanema e Vargem Grande. Nosso foco é

na excelência operacional com redução de cus-

tos e maior competitividade, além de um portfó-

lio superior e flexível de produtos, com destaque

para o minério de ferro de alta qualidade e me-

tais essenciais à transição energética.

e-Digital

Revista Mineração & Sustentabilidade | Julho e Agosto de 2025

15