RB – A Vale está atenta e se adaptando ativamente
à nova geopolítica dos recursos naturais impulsio-
nada pela transição energética e pela crescente
demanda por minerais estratégicos. Nossa estra-
tégia está centrada em ampliar a oferta de metais
essenciais para a descarbonização da economia
global, como níquel, cobre e minério de ferro de
alta qualidade, fundamentais para tecnologias de
eletrificação e energias renováveis. Temos ambi-
ção de aumentar substancialmente nossa produ-
ção de cobre nos próximos anos, inclusive recen-
temente lançamos o programa novo Carajás, que
visa acelerar o desenvolvimento de novos proje-
tos naquela importante província mineral.
M&S – Quais os investimentos mais específi-
cos nos minerais estratégicos a Vale tem feito
ou pretende fazer para se inserir, ainda mais,
nesse contexto de alta demanda?
RB – A Vale tem adotado uma estratégia robusta
para ampliar sua atuação em minerais estratégi-
cos. Uma iniciativa importante foi a criação, em
parceria com o BNDES, de um fundo de até R$
1 bilhão voltado para projetos de pesquisa, ex-
ploração e desenvolvimento de ativos minerais
estratégicos no Brasil. A Vale e o BNDES aporta-
rão R$ 250 milhões cada, com o objetivo de atrair
outros investidores e estimular o crescimento da
cadeia produtiva nacional.
Como já comentei, no Pará a Vale anunciou, re-
centemente, investimentos de R$ 70 bilhões até
2030 na região de Carajás (PA), com foco na am-
pliação da produção de minério de ferro e cobre.
Além disso, a empresa está expandindo suas ope-
rações no Canadá, com foco em atender à cres-
cente demanda global por metais críticos. Esses
investimentos estão alinhados ao compromisso
da Vale com uma mineração mais limpa, inova-
dora e resiliente, capaz de contribuir de forma
estratégica para a descarbonização da economia.
M&S – De que forma a Vale tem colaborado
com startups, universidades e centros de ino-
vação para antecipar tendências e acelerar so-
luções para a mineração do futuro?
RB – A Vale tem diversas parcerias neste sentido.
Podemos citar a Vale Ventures, lançada em 2022,
uma iniciativa que já comprometeu US$ 100 mi-
lhões para investimentos em startups especial-
mente focadas em quatro temas relacionados
à mineração sustentável: descarbonização da
cadeia da mineração; mineração circular, com
iniciativas que reduzam os resíduos, minera-
ção sustentável do futuro, com tecnologias que
transformarão a forma como as empresas mine-
radoras operam; e a aceleração da capacidade
em fornecer metais para a transição energética.
Outra iniciativa recente é a parceria firmada com
a UFMG, em abril deste ano, para o desenvolvi-
mento de soluções inovadoras de economia cir-
cular na mineração, também com o objetivo de
promover mais sustentabilidade na produção de
minério de ferro e gerar valor compartilhado e
impacto multissetorial.
M&S – O que esperar da Vale para os próxi-
mos anos no que tange a parte operacional
da empresa?
RB – Nos próximos anos, a Vale está focada em
manter sua estabilidade operacional, crescimen-
to sustentável e valor compartilhado com a socie-
dade, com forte compromisso com a segurança,
eficiência e responsabilidade ambiental. Estamos
implantando novos projetos como expansão do
S11D, Capanema e Vargem Grande. Nosso foco é
na excelência operacional com redução de cus-
tos e maior competitividade, além de um portfó-
lio superior e flexível de produtos, com destaque
para o minério de ferro de alta qualidade e me-
tais essenciais à transição energética.
e-Digital
Revista Mineração & Sustentabilidade | Julho e Agosto de 2025
15